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Com o movimento e as especulações sobre a devolução ou retomada dos negócios presenciais, muito se tem discutido sobre a volta aos escritórios e do impacto gerado sobre o mercado de Real Estate.

Os escritórios podem acabar?

O escritor e palestrante Dror Poleg, que trata de temas relacionados à área de mercado imobiliário, menciona em artigo publicado recentemente alguns pensamentos e projeções do economista Paul Krugman. Para ter acesso ao texto, clique aqui.

Este trata sobre o impacto de disrupções tecnológicas que não prejudicaram de forma definitiva os mercados existentes, antes do surgimento destas.

No artigo intitulado “O trabalho remoto fará para o escritório o que os e-books fizeram para as lojas. E isso é uma má notícia para a maioria das cidades e escritórios”, Poleg questiona as projeções de Paul Krugman. 

Em suas análises, Krugman cita, por exemplo, o surgimento dos e-books, quando muitos observadores acreditavam que provocariam a extinção tanto dos livros físicos quanto das livrarias que os vendiam. 

Efetivamente, em uma primeira fase, os e-books e e-readers conquistaram uma fatia significativa do mercado e chegaram a ameaçar as livrarias. Até porque toda novidade causa grande curiosidade. Embora as grandes cadeias tenham sofrido, as livrarias independentes floresceram.

Krugman atribui o crescimento “limitado” dos e-books à diferença da experiência digital e física…”Navegar em uma livraria também é uma experiência diferente de comprar de maneira online… online posso encontrar qualquer livro que procuro… mas o que encontro em uma livraria, especialmente em uma loja independente bem selecionada, são livros que eu não estava procurando, mas acabei valorizando.”

Ele diz também que as interações online são eficientes, mas não permitem o tipo de descoberta e experiência que impulsiona a verdadeira inovação. Essa também é, inclusive, o que diversos empresários e gestores têm observado em contato com suas equipes que seguem no trabalho remoto.

As pessoas podem “fazer o que lhes é mandado” remotamente, mas não podem esbarrar em colegas, trocar ideias ou inventar coisas novas que deveriam estar fazendo em equipe ou até na sala do café, mesmo sem serem informadas.

Acredito que Paul Krugman está certo nesta perspectiva. E acrescento, dentro da experiência que acumulo na área de real estate, que ainda está cedo para dizer que os escritórios estão ameaçados. Os espaços corporativos têm diversas funções e promovem interações e experiências que o online não é capaz de suprir.

O que as pesquisas mostram; o que as empresas têm feito

De acordo com a publicação do site globest.com, de 25 de março deste ano, a pesquisa 2021 CEO Outlook Pulse Survey, da KPMG, mostra que apenas 17% dos CEOs pretendem reduzir a ocupação de sua empresa na volta aos escritórios, contra 69% na mesma pesquisa de agosto de 2020. Lá atrás as incertezas e temores eram maiores. Agora já temos mais “controle” e percepção da situação do País. Para ler a pesquisa na íntegra, clique aqui.

Além disso, apenas 30% disseram agora que a maioria dos funcionários trabalhará remotamente entre dois e três dias por semana. E apenas 14% dos entrevistados disseram que vão analisar o uso de escritórios compartilhados para aumentar a flexibilidade de workplace dos funcionários.

Como aponta o Business Insider, o Google planeja investir US$ 7 bilhões em escritórios e data centers. O movimento da companhia contrasta fortemente com muitas outras que estão cancelando locações de escritórios por conta da pandemia.

Em dezembro do ano passado, o Google informou que seus funcionários voltariam aos pontos presenciais até setembro de 2021.

O New York Times também publicou recentemente que algumas das maiores empresas dos EUA, como Ford, IBM, JP Morgan Chase, e PwC já tem um cronograma estabelecido de volta aos escritórios, ainda que em um modelo de trabalho híbrido flexível.

A Amazon está usando o interessante termo “office-centric model” como baseline da sua estratégia de volta ao escritório. Para saber mais, clique aqui.

Finalmente, de acordo com o Commercial Observer, em 22 de março, o Morgan Stanley planeja retornar a totalidade de seus funcionários para sua sede em Midtown – 1585 Broadway – apesar de alguns funcionários terem a opção de trabalhar remotamente de vez em quando. O banco, um dos 20 maiores do País em ativos, ocupa 140 mil metros quadrados em Manhattan, Nova York. Para conferir a matéria, clique aqui.

“Planejamos um retorno completo ao escritório de Midtown quando for seguro fazê-lo, mas esperamos alguma flexibilidade para os funcionários trabalharem em casa durante parte da semana”, disse um porta-voz do Morgan Stanley.

A decisão da empresa em favor de um retorno total, quando for seguro fazê-lo, será uma boa notícia para os proprietários de Manhattan, que vivenciaram pedidos de redução de aluguel e queda nas atividades de locações durante a pandemia. 

Dados recentes do mercado local sugerem que a demanda por espaço para escritórios – Midtown’s, em particular – está aumentando.

Novos ares estão surgindo

O que se pode depreender a partir desse cenário observado é uma tendência clara de volta aos escritórios, mesmo que com um modelo híbrido ajustado à realidade operacional de cada empresa.

Pelo que estamos vendo, é bem provável que os escritórios continuem sendo um importante equipamento, um polo de congregação e encontro de pessoas no trabalho, facilitador de processos de inovação e manutenção da cultura da empresa. A exemplo disso leia o artigo de Fernando Acédio sobre “Hubs regionais como soluções para esta retomada.

Trata-se de uma realidade que começa a se desenhar. Resta-nos apenas saber melhor como isso vai acontecer.

Texto escrito por: Milton Jungman, Diretor de Novos Negócios da RealtyCorp.


Graduado e Mestre em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP, foi Diretor Executivo de Workplace da Accenture por 12 anos (de 2008 a 2020), onde chegou a atuar como membro da Equipe Global de Corporate Real Estate. Durante 10 anos foi também responsável pela área de Workplace Solutions para a América Latina. Acumula em suas experiências anteriores, atuação como Diretor de Real Estate para a América Latina – EDS (HP Services), Diretor de Desenvolvimento (Real Estate) do Walmart Brasil e Diretor da Birmann S.A. Foi, ainda, Co-Fundador e Diretor Executivo da JLL (Jones Lang LaSalle) na América do Sul.


São Luis Gonzaga

1 Comment

  • João Fernandes da Costa Filho, 4 de maio de 2021 @ 13:58 Reply

    Parabéns pelos imóveis enviados e acreditamos sempre nas vendas, independente de qualquer pandemia etc…!

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