Em artigo recente, falamos sobre Como ter (ou manter) um escritório físico no pós-pandemia, destacando a nova cultura de trabalho que surgiu com o advento da crise sanitária mundial. O mercado empresarial mudou e os modelos tradicionais (mais engessados) parecem não caber mais nesta nova dinâmica.
A pandemia induziu (ou exigiu) que as empresas encontrassem soluções para manter o fluxo do trabalho em dia. Além do home office a pulso, que praticamente foi adotado por quase todas as organizações, o modelo híbrido (entre presencial e remoto algumas vezes por semana), também se consolidou como alternativa para melhorar a qualidade de vida dos profissionais e dos negócios.
Seja como for, as mudanças que surgiram lançaram novos modelos para os chamados “escritórios do futuro”, que passam por flexibilizações das mais variadas. E que também inclui dinamismo, integração, engajamento entre os funcionários, bem-estar da coletividade, entre outras coisas.
Coworking e flexibilidade no radar das empresas
O coworking é um modelo de escritório compartilhado que pode ser uma boa ideia para algumas empresas e negócios. Trata-se de um espaço já conhecido pelo mercado corporativo que oferece estrutura completa, com pessoas de diferentes áreas trabalhando juntas, e possibilidades de aprendizados.
O período de crise que veio com a pandemia – com escritórios sendo devolvidos e alguns espaços reduzidos, exigiu das empresas reconsiderar um modelo mais econômico para suas operações.
Mesas, cadeiras, Internet e telefone são itens obrigatórios em qualquer empresa e no modelo coworking, eles são compartilhados (agora com mais atenção à higienização dos equipamentos, claro). Fazer uso de um ambiente inovador pode aumentar a produtividade dos colaboradores, e também trazer resultados para o negócio.
Case
Como toda crise traz também oportunidades, a empresa WeWork é um bom exemplo de coworking que soube expandir sua operação, oferecendo alternativas ao mercado.
O portfólio da WeWork praticamente não foi alterado nos primeiros 12 meses da pandemia. Para se ter ideia, quatro novas unidades foram inauguradas durante a crise – a busca por este tipo de solução cada vez mais se torna substancial no país.
Quando a empresa aportou no Brasil em 2017, ocupava cerca de 16 mil m² de espaços de escritórios. Atualmente está com 200 mil m² (32 unidades no Brasil todo).
Isso só demonstra que o cenário atual brasileiro já desenha empresas de todos os tamanhos e setores repensando a forma de como trabalhar seus espaços e negócios, apostando em um modelo mais híbrido e flexível.
Outras oportunidades surgiram e empresas ampliaram seus espaços
Embora muitas empresas tenham devolvido parte de seus espaços, o mercado imobiliário também recebeu a entrega de novo estoque nestes últimos meses. Além do Birmann 32, localizado no coração da Faria Lima (entregue em agosto de 2020), também houve a entrega do Faria Lima Plaza e das Torres do Parque da Cidade.
De acordo com os dados apurados no último trimestre, mais 3 empreendimentos aqueceram o mercado de escritórios. Isso é bom sinal: mostra que os investidores continuam acreditando na recuperação imobiliária, e por isso, seguem oferecendo edifícios de alto padrão à cidade.
Quatro novos empreendimentos entregues nos últimos meses:
– Bacaetava Plaza (na Chucri Zaidan)
– Dimanic Faria Lima (em Pinheiros)
– Led Corporate (na Barra Funda)
– E Trimais Hiper Center (Zona Norte de SP). Ele já chegou ao mercado 80% pré-locado.
Além disso, novas empresas também têm surgido por aqui. E claro, elas precisam de espaços para instalar suas operações.
A exemplo disso, o destaque vai para a Shopee (markeplace chinês) que chegou para ficar. Há dois anos, a empresa não tinha nada locado, agora eles detém cerca de 16 mil m² de escritórios de alto padrão. Locaram em excelentes edifícios: no Faria Lima Plaza, no Thera Corporate e no Birmann 32. E ainda há expectativa de que cresçam mais.
Estas locações em boas regiões, como a Faria Lima, por exemplo, demonstra o que já falamos em conteúdos anteriores: regiões consolidadas tendem a ser mais resilientes em momentos em crise.
E a região da Nova Faria Lima serve bem para exemplificar essa máxima: por lá, não houve redução de preço de locação e nem aumento da taxa de vacância durante a pandemia.
Outro case diz respeito à XP Inc. Eles devolveram diversas áreas (por acreditarem na mudança fixa para o home office), mas recentemente realugaram alguns espaços por sentiram a necessidade desse acréscimo para as equipes que estão voltando do home office. Os profissionais querem alternar o trabalho entre o escritório e suas residências. Muitas empresas já incluíram em seus calendários uma data de retorno ao escritório agora em 2022. E cada saberá avaliar e discernir o melhor modelo ou alternativa para seu negócio. O mais importante, de fato, é estar alinhado às novas práticas que o mercado imobiliário já não dispensa mais.